Eu não disse para você ser VEGETARIANO!

frango assado

Tenho que admitir, que como a maioria das pessoas do mundo, sou uma amante de comida, sejam doces, carnes ou vegetais. Dentre tudo aquilo que eu me alimento está incluído o bom e velho bife de boi. Muitas vezes me sinto um pouco culpada, sendo uma engenheira ambiental, por aquilo que coloco no prato sabendo das consequências causadas por uma dieta rica em carne vermelha. Há quem me pergunte porque não sou vegetariana e há quem não entenda essa culpa. Pois estou aqui justamente para explicar todas essas razões.

Acontece que o que colocamos em nosso prato realmente importa. Segundo Ben Houlton, diretor do Instituto de Meio Ambiente John Muir aproximadamente 25% de todos os problemas de mudança climática podem ser atribuídos à comida e às escolhas que fazemos relativas à alimentação. Isso é comparável a duas vezes a poluição produzida pelos automóveis no mundo.

Vamos pensar, portanto, em um pedaço de picanha que todos amamos, se você realmente contabilizar tudo que foi gasto para que esse pedaço de carne chegasse até sua mesa, você perceberia que foram gastos 339g de carbono (CO₂ – Ceq) para sua produção, o equivalente a dirigir aproximadamente 5km de carro. Se eu escolhesse um pedaço de frango esse valor já cairia para 52g de carbono (CO₂ – Ceq), peixe seriam 40g e vegetais 14g de carbono (CO₂ – Ceq). Isso acontece devido à quantidade de gases emitidos por animais ruminates e o metano (CH4) que eles produzem é pelo menos 25 vezes mais potente que dióxido de carbono (CO₂). Além disso são necessárias grandes áreas, fertilizantes e aproximadamente um bilhão de toneladas de grãos para alimentar todos esse animais. Poderíamos alimentar mais de 3.5 bilhões de pessoas com esses grãos.

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Já entendemos que carne gera grande impacto no meio ambiente. Os chamados veganos são aqueles que emitem a menor quantidade de gases de efeito estufa em termos de alimentação. Mas o que estudos gerados pelo laboratório de Houlton nos mostrou foi que a alimentação de veganos se diferencia pouco (com relação à emissões) de dietas vegetarianas e até mesmo de dietas mediterrâneas. As dietas mediterrâneas são caracterizadas por uma quantidade reduzida de carne vermelha, carnes brancas a algumas vezes na semana e uma quantidade enorme de legumes, leguminosas e muito azeite de oliva.

Dieta mediterrânea
Dieta Mediterrânea

Eliminar grande parte da carne vermelha é mais importante que a eliminar por completo. Se todas as pessoas percebessem que se nos aproximarmos mais de uma dieta mediterrânea, poderíamos resolver 15% do aquecimento global até 2050 muitos pensariam duas vezes em desperdiçar carne por exemplo. É similar a retirada de 1 bilhão de carros das ruas em termos de emissão global de carbono. Mesmo que você não esteja disposto à manter uma dieta mediterrânea, reduzir o tamanho da sua porção de carne de 170 g para 100 g já é suficiente para reduzir suas emissões pela metade. Além de ser a quantidade recomendada por médicos para uma dieta saudável.

Nem todos nós podemos comprar carros elétricos ou utilizar painéis solares para economia de energia, mas todos nós obrigatoriamente comemos todos os dias e as escolhas que fazemos podem ser acrescentadas à estatísticas maiores. E sobre aquele pedaço de picanha que amamos, porque não o dividir pela metade com alguém que também se sente da mesma maneira?

Pois é, ninguém está pedindo pra você ser vegetariano!

Baseado em estudos realizados pela Universidade da Califórnia em estudos sobre Mudança Climática Global.

4 Comments on “Eu não disse para você ser VEGETARIANO!”

  1. Parabéns pelo texto! É realmente assustador o quanto a carne vermelha impacta o meio ambiente!

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